Nossas vidas mudaram drasticamente nos últimos meses. Para quem sofre com distúrbios alimentares, o Covid-19 criou a tempestade perfeita para o agravamento da situação.
Muitas pessoas passaram da agitação da vida diária para o isolamento social, distanciando-se de amigos e familiares. O novo normal provou interromper os padrões de alimentação saudável e aumentar a prevalência de transtornos alimentares.
Um estudo do International Journal of Eating Disorders descobriu que 62% dos entrevistados com anorexia relataram um aumento na restrição. Da mesma forma, aqueles que sofrem de Bulimia e Transtorno da Compulsão Alimentar relatam aumentos nos episódios de compulsão alimentar e vontade de comer compulsivamente.
E há várias razões, incluindo a repentina falta de estrutura, um ambiente estimulante e, mais importante, o isolamento social.
Os desafios o isolamento social
A solidão constante causa uma quebra de rotina, assim como sistemas de suporte fraturados que são fonte de conforto.
Para aqueles que sofrem de um transtorno alimentar, o aumento do isolamento resultou em incontáveis horas refletindo sobre alimentos e imagem corporal, muitas vezes levando a pensamentos e comportamentos de transtorno alimentar aumentados.
A depressão e a ansiedade também aumentaram, o que também está correlacionado com o aumento dos comportamentos de transtorno alimentar.
Para uma pessoa com um transtorno alimentar atual ou emergente, a falta de controle que está sentindo durante o isolamento social pode se manifestar por meio do controle do que come ou não come.
Como lidar com os distúrbios alimentares?
Este auto-isolamento obrigatório imposto pela pandemia representa um certo grau de desafio para quase todos. Mas está tendo um efeito descomunal nos portadores de transtornos alimentares.
Muitas pessoas são obrigadas a ficar em casa para impedir a propagação do novo coronavírus.
Algumas pessoas podem se sentir isoladas, o que pode levar a uma série de sentimentos e emoções.
Quarentena, auto-isolamento e distanciamento social podem causar ansiedade, depressão e solidão, todos desencadeadores comuns de distúrbios alimentares.
Os gatilhos de distúrbios são fatores que levam as pessoas a usar certos comportamentos e ações para lidar com eles. Em resposta a um gatilho, uma pessoa pode comer compulsivamente, tomar laxantes ou se exercitar excessivamente.
Os transtornos alimentares e outras condições de saúde mental costumam estar de mãos dadas. Depressão e ansiedade têm taxas de comorbidade muito altas com transtornos alimentares.
Além disso, uma das coisas que sabemos sobre os transtornos alimentares é que eles têm um alto índice de recaída. Na verdade, as pessoas costumam ter várias recaídas antes de finalmente encontrarem a recuperação – e há muitas pessoas sofrendo hoje em dia em função do isolamento social.
A busca por ajuda
Um elemento importante do processo de recuperação de um transtorno alimentar é aprender a recorrer às pessoas e a outras estratégias de enfrentamento, em vez de recorrer ao seu transtorno alimentar. Isso é incrivelmente difícil no início, mas com o tempo e a prática pode se tornar mais natural.
Quando reprimimos nossas emoções, elas acabam voltando à tona com intensidade (pense em tentar segurar uma bola debaixo d’água). Em vez disso, é importante aprender a processar suas emoções de maneira saudável.
Quando atendo pacientes, falo com eles sobre como desenvolver uma consciência de seus gatilhos, bem como algumas estratégias de enfrentamento mais saudáveis (que envolvem estratégias de processamento e distração).
Uma estratégia de enfrentamento de processamento seria aquela em que você realmente processa suas emoções, como fazer um diário, desenhar, falar com um amigo, um membro da família ou uma terapia. Uma estratégia de distração pode envolver assistir sua série favorita, colorir, ir a uma aula de ioga ou fazer meditação.
É importante ter uma variedade de ambas as estratégias às quais você possa recorrer se estiver se sentindo estimulado. Claro que o isolamento social imposto pelo coronavírus impediu determinadas atividades, mas sempre há alternativa seguras para aproveitar.
Ou seja, quando você sentir necessidade de se envolver em um comportamento de transtorno alimentar, é importante conversar consigo mesmo sobre quais emoções você deseja sentir ou “não sentir?”
Em seguida, pense em algumas coisas alternativas que você poderia fazer para experimentar a mesma coisa.
Cuide de você!
Portanto, ninguém deveria ter que lutar contra um transtorno alimentar sozinho. Se você está tendo dificuldades, é muito importante pedir a ajuda de um profissional.
Buscar ajuda quando você está lutando é um sinal de verdadeira força, não de fraqueza. Você merece estar livre de seu transtorno alimentar. E a recuperação total é possível. Sim, para você também.
Se precisar de ajuda para lidar com seus distúrbios alimentares, estou aqui. É só clicar no botão abaixo e agendar sua consulta!
