Sim, crianças também sofrem com transtornos alimentares. E, assim como os adultos, isso interfere em seu comportamento. Consequentemente, interfere também na vida dessa criança e no seu desenvolvimento.
Nunca é demais reforçar que transtornos alimentares são doenças. Por isso, devem ser levadas a sério e tratadas com profissionais especializados. As causas para o desenvolvimento da doença são muitas e devem ser investigadas.
Mas, quando estamos falando de crianças, o assunto se torna ainda mais delicado. Afinal, o que desejamos é que nossos filhos sejam protegidos de qualquer dor, seja física ou psíquica.
Infelizmente, a realidade não é bem assim. Um estudo, publicado na revista JAMA Pediatrics, aponta que distúrbios alimentares podem começar na infância. Os dados revelam que 1,4% das crianças entre 9 e 10 anos apresentam algum transtorno alimentar.
Para ajudar os pequenos, o primeiro passo é se informar sobre o assunto.
O que são transtornos alimentares?
A ideia de que o corpo ideal é o corpo magro pode afetar profundamente quem está começando a entender o seu corpo. Não existe apenas um tipo de transtorno alimentar. Os mais conhecidos são anorexia nervosa e bulimia nervosa.
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O que é bulimia nervosa:
A principal característica da bulimia é a compulsão alimentar seguida de alguma compensação para evitar o ganho de peso. Em geral, isso acontece provocando vômito ou usando laxantes. É comum que esse transtorno ataque principalmente meninas.
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O que é anorexia nervosa:
Quem sofre de anorexia evita se alimentar. Isso porque o objetivo é inibir a ingestão calórica, com o objetivo de não ganhar mais peso.
É importante distinguir a anorexia nervosa da bulimia nervosa, porque muitas vezes os dois transtornos são confundidos. Cada um deles tem uma forma de tratamento, que deve ser orientada por um profissional especializado.
Vale lembrar que as crianças aprendem sobre a imagem corporal — e desenvolvem ansiedade sobre sua aparência — de uma variedade de fontes. Entre elas estão pais, amigos e colegas, e as redes sociais.
Como os transtornos alimentares interferem no comportamento da criança?
Transtornos alimentares estão ligados a distorção de imagem. É como se a criança se enxergasse de uma forma diferente do que ela realmente é. Não apenas diferente, mas “errada”, como se o seu corpo não estivesse adequado.
Pode-se imaginar o tanto que isso afeta a vida dos pequenos. Afinal de contas, a última coisa que uma criança deve se preocupar é com o formato de seu corpo. Nessa idade, sua preocupação deve ser com brincadeiras e carinhos.
Em geral, as crianças são afetadas da seguinte forma:
- Se privar de momentos únicos de brincadeiras da infância:
Para que não corra o risco de que alguém perceba que seu corpo está “errado”, a criança evita brincar. Isso porque para correr, se esconder, pular, jogar, é preciso estar desprendido de preocupações com o corpo.
- Não querer comer ou comer exageradamente:
Festas de aniversários de criança geralmente são uma folia. Os pequenos comem todas as guloseimas que estão a disposição e brincam muito, sem parar. Para uma criança que sofre com transtornos alimentares, isso é um sacrifício.
Ter comida à disposição normalmente é um incômodo para essas crianças. Não é normal para ela comer a quantidade que irá lhe saciar e brincar com os demais.
- Apresentar dificuldades de socialização
Tudo isso, como podemos imaginar, irá dificultar sua socialização. Aos poucos, a criança vai se tornando reclusa e também diminui o número de amigos. Ela prefere ficar sozinha a ter que se relacionar e se expor de alguma forma.
Leia também: 5 sinais que alguém pode estar sofrendo de transtorno alimentar
Quais os sinais que a criança sofre com transtorno alimentar?
É normal que crianças se comparem aos outros. Aliás, isso é especialmente verdadeiro à medida que as crianças ficam mais velhas.
Seus corpos começam a mudar e elas se tornam mais conscientes da pressão social para ter uma determinada aparência.
Conforme o estudo publicado na JAMA Pediatrics, durante a infância, meninos e meninas são afetados pelos transtornos na mesma proporção. Já na adolescência, normalmente as meninas são as mais afetadas.
Os sinais mais comuns e fáceis de perceber são:
- sentir-se excessivamente preocupado com sua aparência
- querer cobrir partes de seu corpo porque se sentem constrangidos
- não querer participar da educação física na escola
- ser intimidado pela aparência — ou seus colegas fazendo comentários negativos
- ter padrões de pensamento rígidos sobre o que é “bom” versus “ruim”
- mudanças em seu funcionamento social ou interação
- mudanças de humor
- controle do que e quando comer
Quais os possíveis tratamentos?
Ter pais atentos a esses comportamentos é fundamental. É preciso passar carinho, segurança e afeto desde sempre. Uma forma de construir uma imagem corporal positiva, além do carinho, é ter conversas sobre o assunto e deixar claro que as crianças são livres.
O tratamento clínico envolve uma equipe multidisciplinar. Ela deve ser formada por nutricionista, médico psiquiatra, psicólogo(a), fisioterapeuta e educador(a) físico.
Neste caso, o papel do fisioterapeuta é fazer com que o cérebro entenda, por meio de um trabalho especializado para distorção de imagem corporal, qual é o tamanho real do corpo.
Ou seja, busque ajuda especializada e aborde o tema em todas as suas esferas.
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Até a próxima,
Bianca Thurm.