Você sabe identificar quando a busca pela perfeição do corpo gera adoecimento? Procedimentos estéticos e dietas milagrosas nunca deixam de fazer sucesso, mas será que isso tudo faz bem para saúde?
A busca incansável por procedimentos estéticos que prometem resolver um problema que não existe, ou que só existe na cabeça do paciente, pode caracterizar uma síndrome ou adoecimento.
Da mesma forma, isso pode acontecer com dietas ou relacionamento compulsórios com a alimentação. Como essa é uma temática que merece nossa atenção, reuni neste texto tudo o que você precisa saber sobre o tema. Acompanhe:
A busca pela perfeição pode gerar adoecimento: cada corpo é único
As redes sociais podem ser ótimas para muitas coisas, mas há algo que faz muito mal: a comparação de corpos.
Não devemos comparar dois corpos da mesma forma que uma única dieta não vai ter o mesmo efeito para dois corpos diferentes.
É preciso pensar na profissão, no gasto mental, o que faz de atividade física… Enfim, no indivíduo como um todo. Todas essas coisas impactam no corpo e na saúde de cada um.
É errado pensar que pessoas com idades ou corpos parecidos possam reagir da mesma forma a diferentes estímulos.
Existe sim uma recomendação geral em relação a alimentação, mas também existe uma especificidade que é fundamental.
Todo guia alimentar tem uma flexibilidade, porque muita coisa pode variar de pessoa para pessoa.
É preciso entender as necessidades de cada corpo e, claro, contar sempre com a ajuda de um profissional especializado no assunto para saber exatamente o que não pode faltar em sua alimentação.
Restrições alimentares podem gerar adoecimento
Você acredita (ou conhece alguém que acredita) que a única função da alimentação é tornar o seu corpo mais ou menos atraente? Parece lógico dizer que não, mas esse tipo de pensamento é comum e leva a dietas alimentares rigorosas que podem gerar adoecimento.
É fácil citar um exemplo de como o misto de insatisfação corporal e restrição alimentar não funciona. Pense em quando alguém muda radicalmente a alimentação e continua se sentindo insatisfeita com o corpo.
É comum que depois de um período de muita restrição – uma dieta muito rigorosa – a pessoa desista e passe a comer muito mais do que antes.
Sem contar que quando essa restrição é feita por conta, ela pode agredir a saúde. Isso porque muitas vezes a necessidade do corpo é maior do que a restrição permite que ela coma.
O ciclo da relação ruim com o corpo
Como falei, é comum que quando a pessoa chega em um limite da restrição alimentar, ela perca o controle e coma exageradamente. Assim, ela volta a se sentir mal com o corpo e entra em um ciclo muito danoso.
Pensamentos como “o meu corpo está errado” passam a se tornar frequentes e isso causa uma relação conturbada com a alimentação.
Além disso, falar o tempo todo sobre dieta e estar sempre buscando por uma dieta ideal aumenta o risco de desenvolver transtornos alimentares.
Quais são os pensamentos que podem gerar adoecimento?
Existem alguns pensamentos que funcionam como gatilho. É como se esses pensamentos fossem construindo a cultura da dieta em nossa subjetividade.
Alguns deles são:
- Dicotomia alimentar:
Quem pensa que um alimento sozinho pode engordar ou emagrecer, ele é saudável ou não saudável, está tendo uma mentalidade da dieta.
A verdade é que nenhum alimento sozinho tem todo esse poder. Devemos estar atentos a nossa saúde e a nossa nutrição.
- Alimentação de valor pessoal:
Esse é um pensamento muito comum. Achar que uma pessoa é melhor porque come determinado alimento faz parte do que chamamos aqui de “alimentação de valor pessoal”.
É um julgamento de valor relacionado à pessoa.
Um exemplo é acreditar que quem é magro tem uma alimentação mais saudável. Como sabemos, isso não é necessariamente verdade, pois muitos fatores podem influenciar o peso de alguém, além da alimentação.
O fato é que todos os pensamentos tem como objetivo final o peso. A intenção em comer melhor não é ser uma pessoa mais saudável, mas ter um corpo mais próximo do que se acredita ser o ideal
Sinais de adoecimento: a distorção de imagem
A distorção de imagem corporal é um distúrbio sério que afeta muitas pessoas, em diferentes idades e fases da vida. Para falar sobre ela, precisamos deixar claro o que é a imagem corporal.
Imagem corporal é a imagem que temos do nosso corpo em nossa mente. Não é necessariamente a forma como ele realmente é, mas como acreditamos que somos.
Em geral, isso faz com que as pessoas se enxerguem maiores do que realmente são. Essa é a distorção de imagem corporal.
A busca incansável por procedimentos estéticos que vão resolver um problema que não existe também é característica dessa síndrome.
Além disso, a distorção de imagem também está fortemente atrelada a anorexia nervosa e bulimia nervosa.
Quais os sinais da distorção de imagem?
É preciso ficar atento aos sinais comuns de quem está sofrendo com transtornos alimentares. São eles:
- Não querer se alimentar junto de um grupo
- Insatisfação intensa com o corpo
- Prática exagerada de atividades físicas
Estar atento a esses sinais é o primeiro passo para evitar maiores problemas. Afinal, a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que cerca de 4,7% de toda a população brasileira sofre com os transtornos alimentares.
Mas não esqueça que a distorção de imagem vai além da preocupação com o peso. Portanto, é comum que exista também um foco exagerado na aparência.
Essa é uma preocupação constante. Reclamações de que está acima do peso passam a ser praticamente diárias e até mesmo a checagem do peso passa a ser incorporada à rotina.
Da mesma forma, procedimentos estéticos podem se tornar uma obsessão. E isso, infelizmente, é mais comum do que se imagina.
Segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), o Brasil é o país que realiza o maior número de cirurgias plásticas no mundo. Em 2018, foram mais de um milhão de cirurgias plásticas e 969 mil procedimentos estéticos não cirúrgicos.
A busca pela perfeição do corpo e distúrbios alimentares: você sabe o que é anorexia e bulimia?
Tanto a anorexia quanto a bulimia são mais comuns do que imaginamos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 4,7% de toda a população brasileira sofre com os transtornos alimentares.
Esse número aumenta ainda mais quando é feito o recorte de idade. Isso porque entre os jovens, a porcentagem alcança até 10%.
Mas, para conseguir ajudar quem precisa, devemos entender do que estamos falando. O que são, de fato, essas doenças?
- Anorexia nervosa:
Quem sofre de anorexia evita se alimentar. Isso porque o objetivo é inibir a ingestão calórica, com o objetivo de não ganhar mais peso. É comum que essa doença atinge mulheres na adolescência ou na vida adulta.
- Bulimia nervosa:
A principal característica da bulimia é a compulsão alimentar seguida de alguma compensação para evitar o ganho de peso. Em geral, isso acontece provocando vômito ou usando laxantes. É comum que esse transtorno ataque principalmente meninas.
Como tratar a distorção de imagem
Ter conversas sinceras e afetuosas pode ajudar a pessoa a se abrir e quem sabe até contar o que está acontecendo. O importante é tratar o assunto com a seriedade que ele merece.
Uma das formas de tratamento é com a fisioterapia. Isso porque o tratamento fisioterapêutico é capaz de mudar a forma como a pessoa enxerga o seu corpo.
A partir disso, o paciente é capaz de ressignificar os comportamentos e julgamentos relacionados a esse corpo, tornando-os mais positivos.
Esse é um novo método e que tem uma abordagem exclusiva. Trata-se do Método Bianca Thurm (MBT), que diagnostica e trata especificamente a distorção da percepção corporal diminuindo o sofrimento com o tamanho e a forma corporal.
Para saber mais sobre esse assunto e forma de tratamento, confira o e-book O papel da Fisioterapia no Tratamento da Distorção de Imagem Corporal.
Assim eu espero ajudar você a entender melhor esse problema e buscar por tratamentos eficazes.