O Brasil é líder mundial em procedimentos estéticos, mas uma busca incessante por intervenções pode esconder um problema grave como a distorção de imagem corporal.
Os procedimentos estéticos na era dos influencers
Hoje já é muito comum nós abrirmos nossas redes sociais e sermos impactados por vários stories ou publicações de influencers mostrando resultados de procedimentos estéticos pelos quais eles passaram. Geralmente, esses procedimentos são uma forma de publicidade do próprio cirurgião plástico, que usa da influência desse paciente para conseguir mais clientes. O discurso é sempre o mesmo “eu fiz para aumentar a minha autoestima, para realçar a minha beleza”. Sobre isso, tudo bem essa pessoa buscar procedimentos para melhorar a própria imagem, mas e quando essa frase acima vira um discurso em pessoas que sofrem de distorção de imagem?
É justamente essa banalização do discurso do autocuidado e auto estima que preocupam quem trabalha com distorção de imagem. Isso porque, uma pessoa que sofre de distorção e busca por procedimentos e cirurgias com frequência, pode ir mascarando isso com esse mesmo discurso. E aí que está o problema: a pessoa engana tanto a si mesma quanto ao seu círculo pessoal.
ASSISTA: Atenção aos primeiros sinais da insatisfação corporal na adolescência
A busca por procedimentos: quando é autoestima e quando é distorção de imagem
O tópico é sensível, mas existe uma diferença muito grande entre essas duas coisas, vamos lá.
O primeiro ponto que eu quero abordar é algo que eu falo aqui no blog e lá nas redes sociais há muito tempo: autoestima vem de dentro. Não é o procedimento estético ou cirúrgico que vai te dar isso, é você quem precisa construir. Mas eu entendo que quando estamos fora do padrão é muito difícil encontrar forças para se amar, mas não é impossível. Eu já comentei aqui outras vezes sobre como encontrar comunidades de positividade corporal e filtrar o conteúdo que você segue na internet é importante e faz uma diferença grande na maneira como você percebe a si mesmo.
Dito isso, um comportamento de pode ser considerado uma bandeira vermelha na hora de ponderar autoestima x transtorno de imagem, é a repetição. Por exemplo, uma pessoa está insatisfeita com o seu corpo, ela sente que esse corpo está inadequadamente gordo. Logo, ela busca uma intervenção cirúrgica para deixá-lo mais definido. Porém, após esse procedimento, essa pessoa segue insatisfeita, ela agora pensa que existe excesso de pele, ou gordura ainda. Talvez agora ela sinta que existe muita gordura na parte das costas, ou nas coxas e braços.
É esse pensamento persistente, e obsessão pelos próprios “defeitos”, que pode ser o ponto crucial para diferenciar uma busca por autoestima de uma distorção de imagem. Isso acontece porque essa pessoa não consegue enxergar a si mesma, ela vê apenas coisas ruins sobre a própria imagem. Nesse sentido, a sua percepção corporal está desconectada daquilo que o seu corpo realmente é, principalmente do formato e tamanho que ele tem.
Na era da ditadura da beleza e da confusão entre autoestima e problemas de imagem, é importante mantermos um olhar atento e pensamento crítico. Sobre o assunto deste artigo, gostaria de indicar o filme Linda de Morrer, um longa brasieliro que trata da indústria da beleza de uma forma bastante leve e engraçada. Recomendo esse filme porque, além de render boas risadas, também nos traz momentos de reflexão sobre essa indústria e padronização do corpo.
Se você sofre de distorção de imagem e busca um atendimento especializado na área, o link para agendar uma consulta comigo é esse aqui: AGENDAMENTO DE CONSULTA