Durante o tratamento, o conceito da pesagem do paciente com transtorno alimentar é complicado e deve ser tratado com muita sensibilidade. Isso porque em muitos casos, o peso é um grande gerador de gatilho na mente das pessoas.
Embora abrir mão da balança possa ser uma parte importante da recuperação do transtorno alimentar, pesagens semanais durante os estágios iniciais do tratamento do transtorno alimentar são importantes para os profissionais que trabalham com o paciente!
Esse é um assunto muito debatido entre os profissionais, que podem se encontrar perdidos: o peso do paciente deve ou não deve ser informado a ele? E quando?
Lembrando que eu, Dra. Bianca, não faço a pesagem de pacientes, mas como esse é um assunto muito pertinente decidi trazer para o blog. Se você deseja saber mais sobre a pesagem do paciente com transtornos alimentares, leia o artigo completo!
Cada experiência é única:
Quando se trata da pesagem do paciente com transtorno alimentar, é essencial que os profissionais envolvidos no tratamento estejam cientes do peso, assim conseguem controlar se a metodologia abordada está funcionando.
Mas quando o assunto é o paciente…tudo muda. Existem casos e casos, todos devem ser tratados de maneira individual e única!
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Existem que fazem questão de acompanhar a pesagem, pois alegam que isso diminui a ansiedade da preocupação obsessiva com o controle do peso, trazendo maior responsividade ao tratamento.
Mas existem outros que ao abrir mão do controle sobre seu peso, conseguiram resgatar a confiança na mudança corporal, sendo também um passo necessário para a recuperação!
Pensando nisso, reuni algumas estratégias que podem ser utilizadas durante o tratamento:
- Pesagem aberta: em uma “pesagem aberta”, o terapeuta e o indivíduo estão juntos quando o indivíduo é pesado.
- Pesagem fechada: para minimizar a ansiedade e angústia, o paciente não é informado sobre seu peso durante o tratamento.
- O uso de gráficos: nesse caso, é possível demonstrar o aumento ou diminuição do peso, mas sem números.
- Propor metas: apenas avisar o paciente se ele conseguir atingir a meta estipulada por ele, juntamente com a equipe de tratamento.
Possíveis impactos na eficácia do tratamento:
Ambos os impactos da pesagem cega ou aberta no tratamento podem ser debatidos. Existem várias terapias que usam a pesagem como parte da abordagem de tratamento. Uma delas é a terapia cognitivo-comportamental (TCC) e a outra é o tratamento baseado na família (FBT). Mas muitos profissionais ficam divididos nessa questão!
Na minha opinião, parace que ambas as abordagens têm lugar na progressão do tratamento do transtorno alimentar e que os impactos de qualquer uma delas podem ser uma ferramenta de tratamento eficaz!
É importante ressaltar que essa decisão, entre relevar o peso ou não, também pode depender do momento do tratamento no qual o paciente com transtorno alimentar se encontra! Muitas vezes, o momento certo da pessoa tomar consciência do seu peso é quando ela se considera saudável.
Espero que esse artigo tenha ajudado a esclarecer um pouco mais sobre a pesagem do paciente com transtorno alimentar!
Você pode saber mais sobre o assunto conferindo o artigo “Ver ou não ver o peso no tratamento de transtornos alimentares?”, que foi uma grande referência para esse texto.
Até a próxima,
Bianca Thurm.