A distorção de imagem corporal é uma condição multifatorial que tem como gatilhos comentários, comparações e principalmente a cultura em que o indivíduo está inserido.
A nossa sociedade contemporânea tem como um dos seus principais pilares o culto ao corpo. Porém, esse culto não está diretamente associado ao cuidado com a saúde e bem estar. Ao invés disso, temos um culto à aparência, ou seja, a forma do corpo apenas pela beleza em si.
Esse comportamento associado com a exposição de corpos digitalmente modificados por filtros e aplicativos de edição de imagem, criam expectativas irreais acerca dos corpos.
Dessa forma, condições como a distorção de imagem corporal começam a ser cada vez mais comuns e muitas vezes normalizadas ou ignoradas.
Neste artigo eu explico de que forma esse comportamento impacta na nossa autoimagem e os perigos para o desenvolvimento de distorção de imagem corporal.
A imagem corporal na história
O culto ao corpo é um termo que designa uma preocupação acerca do corpo. Porém, a definição desse termo depende do período histórico no qual nos encontramos. Por exemplo, na antiguidade clássica, o culto ao corpo significava cuidar do corpo através da prática de exercícios físicos diariamente. O que não se conecta em quase nenhum aspecto a ideia que hoje temos de culto ao corpo.
A ideia de corpo perfeito era associada à habilidades como agilidade, força, e resistência. Já na sociedade contemporânea temos como culto ao corpo uma ideia, talvez, mais destrutiva. Ou seja, o que mais importa é a imagem, e não tanto o cuidado e aquilo que o corpo é capaz de executar.
Nesse sentido, o padrão passa a ser magro e esbelto, e os meios para se atingir esse padrão podem ser extremos.
Leia também::: O que significa vivência corporal no tratamento de distorção de imagem corporal?
O padrão de beleza e a distorção de imagem
Um dos aspectos mais nocivos que o culto ao corpo contemporâneo tem é a ideia de um padrão de beleza irreal. Padrão esse criado através da manipulação digital de imagens.
E muitas pessoas – principalmente adolescentes – quando expostos a esse tipo de padrão irreal passam a associar a sua imagem corporal como algo errado, feio e inadequado.
No artigo Redes sociais e a distorção da autoimagem foi feito um estudo buscando entender de que forma a exposição aos padrões de beleza digitalmente alterados muda nossa percepção do que é belo e aceitável. Nesta pesquisa podemos ver como a busca pelo corpo ideal tomou proporções preocupantes e inéditas na história.
Ainda, essa busca se sobrepõe aos limites de saúde e se desconecta do culto ao corpo como uma forma de cuidado.
O que pode causar distorção de imagem corporal?
Como você viu, vivemos tempos onde os padrões de beleza devem ser buscados independentemente de qualquer coisa. Ou seja, desde pequenos ouvimos sobre os perigos de ganharmos peso e sobre constantes comparações entre corpos.
E viver nesse contexto por si só já é um fator de risco para o desenvolvimento de distorção de imagem corporal.
Mas de forma objetiva, podemos elencar os principais fatores que desencadeiam esse transtorno:
- Comentários sobre o tamanho do corpo – principalmente na adolescência
- Comparações entre corpos maiores e menores
- Exposição à dietas e formas de compensar “exageros” alimentares
- Comentários depreciativos
Nesse ponto é importante salientar que, embora a nossa cultura muitas vezes proporcione gatilhos que desencadeiam a distorção de imagem corporal, é possível criarmos um ambiente saudável.
Nesse sentido, conversar com as crianças e adolescentes sobre diversidade de beleza e de corpos é muito importante. Bem como falar sobre como as representações de corpos nas mídias podem ser facilmente manipuladas.
Isso evita que os jovens das próximas gerações continuem propagando padrões inatingíveis de beleza e ainda consigam criar ambientes mais saudáveis e acolhedores para todos.
Se você gostou deste artigo e quer entender mais sobre como podemos prevenir a distorção de imagem corporal, os seus fatores de risco e como é possível viver livre desta condição, me siga nas redes sociais.
